Quem é da área da moda com certeza já sonhou em participar da São Paulo Fashion Week, maior evento de moda do Brasil que acontece desde 1996, sendo o mais importante da América Latina, e a quinta maior Semana de Moda do mundo. A 52ª edição aconteceu entre os dias 16 e 21 de novembro deste ano e com certeza ficará para a história. Vem comigo saber sobre os detalhes da SPFW 2021 intitulada Regeneração.
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Após duas edições exclusivamente online, a SPFW ocorreu em formato phygital, conceito que representa a fusão entre o mundo digital e o físico no desenvolvimento de novas experiências de relacionamento e consumo, e contou com a apresentação de mais de 50 marcas durante cinco dias no Pavilhão das Culturas Brasileiras, com abertura no prédio da Pinacoteca.
“A diversidade e inclusão estiveram mais em pauta do que nunca e a beleza indígena finalmente ganhou seu aguardado destaque nas passarelas.” Instagram SPFW.
A SPFW mostrou o que o Brasil tem de melhor: sua diversidade e criatividade do nosso povo. O termo pluralidade representa bem os modelos da vez, que contou com pessoas majoritariamente pretas, plus size, PcD, e de mais idade, algo que não se via até então nas edições passadas. O coletivo Pretos na Moda assinou um tratado moral com os organizadores do evento estabelecendo o critério de que pelo menos 50% dos modelos deveriam ser negros, indígenas ou asiáticos, visando à equidade étnico-racial.
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Representatividade nas passarelas
A marca AZ Marias, trouxe as mulheres pretas em peso como protagonistas e Rita Carreira foi recordista de desfiles. No segundo dia de evento, o projeto Cria Costura, abriu as passarelas trazendo as costureiras vindas das periferias de SP que desfilaram com suas criações. No terceiro dia a marca Meninos Rei, assinada por Céu e Júnior Rocha foi o destaque com as estampas vibrantes e dinâmicas nas peças de roupas, embaladas por uma demonstração de fé, a dupla agradeceu aos santos e às entidades que fazem parte da sua crença religiosa.
A apresentação da estilista Milena Nascimento foi de longe o mais impactante de todos. Ela trouxe críticas ao histórico embranquecido do SPFW, e usou o funk como forma de protesto e liberdade de expressão, as modelos usavam roupas streetstyle, dançaram passinhos, usavam óculos espelhados e apetrechos de referência periférica.
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Acostumada a reunir estilistas, grifes brasileiras, modelos, celebridades, compradores e grandes personalidades do universo fashion, agora a São Paulo Fashion Week está abrindo portas para um novo público, devido ao recorte de curadoria de marcas, sendo uma galera jovem, estilosa, autêntica e apaixonada por moda, destacou-se em lugares que antes eram em sua maioria ocupado por jornalistas e profissionais do meio. É a nova geração de influenciadores digitais, comunicadores e personalidades da moda que estão chegando para romper com as estruturas de velhos padrões.
Esses foram alguns dos destaques do maior evento de moda do Brasil que achamos pertinente compartilhar com vocês nesse post. Finalmente novas portas estão se abrindo, ainda há um longo caminho a se percorrer, mas a moda está deixando de ser algo branco e elitizado graças ao trabalho de gente como a gente que luta para um mundo sem desigualdade social, sem descriminação e preconceito.
Qual sua opinião sobre essa edição da SPFW? Conta pra gente nos comentários!
Até a próxima, se cuida!
Bruna Tastelli